Este
Mirim, em solidariedade aos colegas que foram convocados ao ENADE, emite sua opinião. Lembra que esta foi definida após assembléia organizada pelo CA Vladimir Herzog; a assembléia contou com a participação da professora da Cásper (com idéias bem contrárias às da Fundação) representante do MEC na faculdade, de alunos (em sua maioria de Jornalismo, apenas três de PP) e com a abstenção do convidado a defender o boicote ao ENADE.
Foi explicado que o ENADE faz parte de um tripé pelo qual o MEC irá avaliar se as faculdades oferecem um bom curso aos alunos. O tripé é formado, além do ENADE, por duas avaliações: uma de uma comissão indicada pela própria mantenedora e outra do MEC que fiscaliza as condições de ensino.
Com os resultados do ENADE e com o relatório da comissão interna (na Cásper, encabeçada pela professora que esteve na assembléia), a segunda comissão, de profissionais do MEC, cruza dados e vê o que a Faculdade oferece e o que não oferece e, conseqüentemente, o que está bom e o que não está.
Com o resultado do Exame em mãos, a comissão vai às instituições cobrar respostas que não foram divulgados à comissão interna e mudanças que devem ser feitas a partir da avaliação dos alunos. No caso da Cásper, a mantenedora se recusou a divulgar os demonstrativos financeiros. Quando da presença da comissão do MEC, caso solicitados, esses demonstrativos devem obrigatoriamente ser apresentados e, assim, poderemos saber se é a Faculdade que sustenta a TV e Rádio Gazeta ou vice-versa.
Mas para que serve isso? Serve para sabermos se estamos sendo injustiçados ou não, já que em seu testamento, Cásper Líbero deixa claro que a TV e a Rádio Gazeta existem para financiar a Faculdade de Comunicação e não o contrário. Se isso ficar provado, temos o DEVER de cobrar da Fundação melhorias e maior representatividade nos conselhos diversos, já que nós somos os beneficiados neste processo.
Portanto, caso façamos o ENADE, daremos respaldo ao MEC e ao poder público para que possam cobrar da Fundação, de vez por todas, as mudanças necessárias à melhoria das nossas condições de ensino. Além disso, o ENADE, diferentemente do Provão, não ranqueia as faculdades tampouco as concede conceitos (A, B, C, d ou E). Apenas informa se tem ou não condições de oferecer os cursos que oferece (medida adotada para que não haja publicidade por parte das universidades privadas).
Outra coisa importante a ser dita é a estrutura da pova: cada curso de comunicação social conta com questões específicas a cada habilitação. Ou seja, alunos de PP não farão as mesmoa provas que os de jornalismo ou rádio e tv. Para saber mais sobre a estrutura da prova, basta acessar o site/saite/sítio do INEP e, ao entrar no portal do ENADE, buscar pela portaria 123, que se refere a esse assunto.
Assim, este
Mirim aceita as palavras da pofessora, que se mostrou bastante insatisfeita com a Fundação Cásper Líbero e, por isso, já teve sua cabeça quase posta a prêmio mais de uma vez. Mas a Cásper não pode demití-la por ela ser a representante do MEC na instituição. Este
Mirim avalia que, numa instituição onde alunos não têm voz - e, em sua maioria, nem lutam para tanto -, uma ajuda externa e eficaz merece respaldo e atenção.
Caso sejam apontadas falhas em nosso ensino, nós só temos a ganhar. A nota é uma informação que somente nós recebemos e, caso solicitada pela faculdade em qualquer circunstância, deve ser feita denúncia ao MEC. Se muitos ainda pensam em boicote devido ao modelo Provão do ministro Paulo Renato, acalmem-se. A idéia é juustamente dar voz a nós, alunos, para que possamos ter nossas reivindicações atendidas. Assim, devemos realizar o exame, responder aquilo que sabemos para que, caso haja alguma deficiência, ela seja corrigida. Na assembléia, em votação, o CA Vladimir Herzog decidiu se posicionar CONTRA O BOICOTE AO ENADE.
E tem mais...Saiba que há forte lobby por parte das universidades privadas contra o projeto, em discussão, acreca da reforma universitária. Caso aprovado (mas isso parece que demorará muitos anos), verbas às públicas terão taxas fixas e asseguadas por lei e o processo de contratação de professores nestas instituições será mais transparente e eficaz, entre outras medidas.
Assim, as "privadas" vêem no projeto uma ameaça à sua lucratividade, já que as "públicas" serão melhores do que já são e tenderão à uma maior eficiência administrativa, resultando em aprendizado decente em todas as áreas.
As "privadas", caso o projeto seja aprovado, deverão oferecer benesses como matérias optativas e melhores condições estruturais. Ou seja, como vêem educação como um negócio e terão que gastar mais dinheiro, interpretam que receberão apenas ônus, e não o bônus por explorarem essa concessão do Estado. Sim, educação é um dever do Estado e sua exploração está limitada àqueles que recebem concessão do Estado para tanto. Caso não façam algo satisfatório, correm o risco de terem concessões cassadas.
E vale o aviso: como a Cásper Líbero é a mais antiga faculdade de comunicação social da América Latina, há enorme interesse por parte do MEC de saber o que se passa nos meandros da Paulista, 900.
Boa Sorte a todos.
É o que deseja
O Mirim, em
09/11/2006, às
16:43
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Cásper: pelo ensino de qualidade, sem lucro algum