sábado, abril 24, 2010

Coincidências nem tão singelas

Passei (e passo) tanto tempo sem aparecer no blog, que a partir de agora nem vou mais justificar as ausências. Vamos adiante, então.

Ano passado, quando O Mirim experimentava um retorno à atividade (que nunca aconteceu, é verdade), eu escrevia dia ou outro. E, em algumas dessas vezes, tinha boas ideias para outros posts. Aí, escrevia uma sinopse e deixava nos rascunhos. É bom deixar alguns temas cozinhando, aí a vida dá um jeito de fazê-los reaparecer.

Hoje aconteceu de novo, com um dos temas mantidos na panela. Desta vez, as coincidências vieram bater na minha porta. Semana passada, não me lembro onde e muito menos por que, ouvi mais de uma vez a expressão memento mori. São momentos em que nos damos conta da finitude da nossa existência terrena - mesmo que isso signifique apenas uma de várias, para algumas pessoas.

Sentado ao lado do Victor Ferreira, hoje, na redação, vi o título da coluna da Eliane Brum no site da Época na tela do computador dele. O título? Memento mori, claro. (sobre a coluna da Eliane Brum, aqui a íntegra).

Bem, era hora de voltar a falar de coincidências.
Sempre acontece, como foi hoje com o memento mori.

É bom que esses temas batam à porta, me fazem pensar sobre eles. Por exemplo, fico agora imaginando se tive meus memento mori. Indo fundo, acho que a morte da minha mãe tenha sido um deles, o primeiro talvez. A morte abrupta de uma pessoa próxima (mas nem tanto quanto a mama), ano passado, acho que foi o mais recente.

O importante é incorporar isso como um aprendizado - mesmo sabendo que, ao escrever isso, eu pareço um terapeuta chato. Mas é verdade. Nesse caso, independente das coincidências, acho que lido bem com a finitude da vida. Quer pela minha história, quer pela maneira como entendo a vida.

Mas já houve coincidências importantes, que me fizeram - e fazem até hoje, quando acontecem - repensar, reinterpretar e digerir questões antigas, que às vezes deixamos largadas lá no fundo, bem longe do nosso dia a dia. Como ano passado, quando descobri como a música que estava no topo das paradas quando nasci dizia muito sobre a relação que tenho, nos últimos anos, desenvolvido com uma pessoa muito próxima e querida. Ou quando vivi o dilema ético da lágrima - talvez a mais simbólica dessas coincidências.

Acho que depois dessa pensata, definiria "coincidências" como pequenos acontecimentos cotidianos que não permitem que a gente se esqueça daquilo que não devemos - nem podemos - deixar de lado. E, em casos mais frívolos (afinal de contas, nem tudo na vida precisa ser visceral), para tornar o cotidiano menos besta e óbvio.

Hasta luego, amigos!

atualização: entrei no blog e vi que esse não era o post. Como ele era um rascunho do dia 24/4/09, é como se tivesse sido publicado naquele dia. Quando me dei conta disso? Hoje, dia 24/4/10. Um ano depois. Acho que este episódio encerra o que penso sobre as tais coincidências.

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