Manhã ensolarada de domingo, rumo à padaria. Com o cão e a namorada.
- Moço, dá um trocado, pede o mendigo sujo e maltrapilho. Levemente fedido.
- Não tenho nada, murmuro, envergonhado.
Bate a culpa cristão. Come-se o pão na chapa, bebe-se a média.
Na volta, o mendigo discute delicadamente com uma colega de esquina (e rua).
- Moço, dá um trocado, dessa vez já estendendo a mão.
Acuado, moedas tilintando no bolso, busco os trocados.
Ao dar a esmola ao mendigo, a colega enfia a mão em cima da dele.
Os dois passam a disputar moedas de 10 e 25 centavos. Eu, indeciso, tento agradar todo mundo.
Notando meu olhar indeciso, a moça dispara, como se justificando:
- Ele pega o dinheiro para comprar bebida.
As esquinas de Higienópolis andam concorridas nesse fim de ano.
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