quinta-feira, abril 16, 2009

Os senões do suicídio

Existem assuntos e assuntos. Há aqueles atrás dos quais nós nos embrenhamos, e há temas que aparecem no nosso colo, sem que a gente queira ou planeje. Essa semana veio um de maneira tão incômoda quanto ele próprio. Suicídio.

A forma como apareceu, o contexto do caso, tudo conspirou para eu refletir um pouco sobre o tema. Até que ponto alguém sabe o que faz quando se suicida? Ele tem direito de fazer isso? E quem fica, como fica? Tudo isso me percorreu a cabeça nessa tarde, e confesso que estou convicto de poucas coisas.

Uma delas, talvez a única, é a de que o suicida não tem o direito de fazer isso se levarmos em conta quem o rodeia. É um pensamento egoísta de quem está por perto? Pode ser, tanto quanto me parece egoísta desistir de tudo porque as coisas vão mal. Digo isso sem saber o que é estar nesse limiar, perturbado pelo que quer que seja.

Não sei. Não sei mesmo o que pensar disso. Para mim é difícil entender por que as pessoas são tão extremistas (algo que, por um distanciamento muito feliz, não consigo imaginar, mesmo). E mesmo depois de escrever aqui no MIRIM, o tema permanece indigesto.

De qualquer maneira, uma matéria da Época (de fevereiro desse ano, leia na íntegra aqui), vencedora do Prêmio Esso de Jornalismo – e do 1º Prêmio Editora Globo de Jornalismo –, foi um tanto redentora (quase catártica) nesse momento. Fala sobre casos de suicídio de jovens incentivados por anônimos na internet. O fio-condutor é a história de um garoto de Porto Alegre que registrou e tramou sua morte online. De despedida, ele deixou uma carta e alguns posts. Relato tão duro quanto o que tomei conhecimento hoje, que rolou offline, mesmo – e que me fez sentir impelido a tratar do tema por aqui. Pronto. Falei.

2 comentários:

Cristiane Rogerio disse...

Pois é, Edu... há assuntos que são tão espinhosos quanto senti-los...
Principalmente este, um conflito sem explicação. Se é que precisava ter uma..
Parabéns pelo blog! Beijos
Cris

Anônimo disse...
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